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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

NGBrasil- Quando o país vive o colapso


Mais de 1 bilhão de pessoas vivem em países à beira do caos. Na África, estão os cinco países no topo do Índice de Estados Falidos, da organização Fund for Peace (Fundo para a Paz).
Por Robert Draper
Foto de Pascal Maitre
Quando o país vive o colapso
Muitos dos 750 mil habitantes que restaram em Mogadíscio estão entre os mais pobres, como esta mulher e seu bebê.
Pode ocorrer de repente, após um evento fatídico - uma guerra, um desastre natural, um golpe de Estado -, ou avançar devagar como um câncer que solapa por décadas as instituições. Mas uma coisa é certa: quando um país entra em colapso, isso se vê nos olhos de seus habitantes.

Mais de 1 bilhão de pessoas vivem em países à beira do caos. Em alguns, o governo central perdeu o controle do território e encastela-se na capital enquanto chefes guerreiros dominam o interior. A maioria é afligida pela corrupção generalizada e pela degradação ambiental. Todos são perigosos não apenas para si mesmos mas para o resto do mundo: se tornam incubadoras de terroristas e extremistas políticos.

Um dos fatores que tornam um país instável é sua posição geográfica. O simples fato de estar em uma região conflagrada coloca-o em risco; a guerra no Iraque, por exemplo, desencadeou uma onda migratória para a Síria. Nações populosas, como Bangladesh, enfrentam desafios próprios. O mesmo se dá com países imensos, como o Chade, cuja vastidão concorre para a falta de infraestrutura. Nações desprovidas de saída para o mar, com poucas terras cultiváveis e recursos hídricos, lutam pela autossuficiência. Por outro lado, aquelas com abundantes recursos, como a República Democrática do Congo, nem sempre se saem melhor. Na chamada "maldição da riqueza", a existência de reservas de petróleo ou diamantes só recrudesce os conflitos pelo controle desses ativos lucrativos.

Tensões históricas e culturais também podem levar as nações à ruína. Isso é mais evidente na África, onde estão os cinco países no topo do Índice de Estados Falidos, da organização Fund for Peace (Fundo para a Paz). "A demarcação de fronteiras arbitrária, na época colonial, em detrimento de divisas étnicas e topográficas, resultou na criação de Estados artificiais", comenta a presidente Pauline H. Baker.

Um país africano que superou seu legado colonial é o Senegal. "Ele beneficiou-se de uma liderança esclarecida", diz Pauline. Na verdade, o fator mais importante para se garantir a estabilidade é a boa governança, segundo o cientista político Ken Menkhaus. A implantação do estado de direito, e de instituições que o garantam, "gera um clima de confiança para investimentos e desestimula a eclosão de revoltas armadas".

A ajuda de organismos como o Banco Mundial e as Nações Unidas nem sempre é garantia contra o colapso. Os casos mais bem-sucedidos são a Índia e a África do Sul, que conseguiram levar adiante reformas sem apoio externo. Como mostram as recentes tentativas dos Estados Unidos de "construção nacional", não é fácil promover estabilidade política em meio a uma intervenção militar. O Iraque e o Afeganistão hoje ocupam o sexto e o sétimo lugares entre os Estados mais precários do mundo.

Em primeiro está a Somália, um país ao qual geografia, história e sistema de clãs lhe conferem a desonra de liderar a lista nos últimos dois anos. Fora esse caso, não há consenso quanto ao significado efetivo, para o destino de um país, de uma pontuação elevada no índice. Os sangrentos distúrbios desencadeados pelas eleições no Quênia, em 2007, fizeram com que saltasse da 26a para a 14a posição na lista deste ano. Mas será que esse retrocesso indica um futuro colapso do Quênia, dotado de uma vibrante classe empresarial?

Os estudiosos alertam contra conclusões apressadas. Como lembra Tarcisius Kabutaulaka, da Universidade do Havaí, é fácil esquecer que muitos países hoje estáveis tiveram histórias turbulentas. "Os Estados Unidos estabeleceram-se a partir do caos, da guerra civil. E agora espera que o mundo adote suas instituições, mas sem violência e num período de tempo brevíssimo."

No fim das contas, a questão de se um país está em processo de derrocada talvez seja melhor respondida por sua população. Se os olhos dos habitantes dizem "fomos abandonados", então não resta a menor dúvida.



Extraído de http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/

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